Não há finais felizes
Anathema - one last goodbye
Quando Alberto atravessou a rua, vinha de olhos fixos na vitrina da pastelaria em frente. Ansiava sentir o aroma adocicado do café, e sentir o paladar do pau de canela com que mexeria o café.
Quando Alberto atravessou a rua, vinha a cantarolar para si a música com que tinha acordado nessa manhã, e num tom mais ou menos afinado, ia assobiando, tentando imitar a parte instrumental da canção.
Alberto atravessou a rua e acenou para alguém que estava à porta da frutaria, voltou-se para trás em reacção a um "bom dia" sonante.
O dia estava claro, o sol brilhava, mas o frio fazia-se sentir, o ar estava gelado e custava a entrar nos corpos quentes das gentes que andavam pelas ruas, que atravessavam estradas assim como Alberto.
E no entanto, este dia, esta manhã, era diferente, era alegre, parecia vivida em compasso lento, mas em que cada minuto, cada segundo era saboreado, como um bom café, que se bebe de olhos fechados(porque é impossível saborear sem compenetração)e se deixa escorregar pela garganta...
Não deviam passar das oito horas da manhã, quando o telemóvel tocou a risada do filhote (era o toque escolhido), e já Alberto estava no meio da estrada e enquanto atravessava a rua, Alberto inspirou três vezes, mas só expirou duas, a terceira ficou presa no peito quando atendeu o telemóvel e do outro lado da linha uma voz familiar lhe disse: "Papá, eles dizem que não há finais felizes..."
(continua)
12 Comments:
Bom....a éstória começou feliz,prevejo que na segunda parte ,talvez não o seja ....será um "last good-bye"? hum.... ficarei à espera.Beijo
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querida amiga
já vi k temos gostos distintos,mas temos sempre coisas em comum.
além d n apreciar anathema,respeito claro o teu gosto.
mas devo dizer k gostei imenso d ler esta tua primeira parte desta história k parece bem bonita e interessante,sobre esta personagem do alfredo.
gostei mto desta sua visão k descreves aki,bem como o toke do tlm,k é bastante original!
vou esperar pela segunda parte!!
bjos enormes!
ps:brigado por teres lá passado,foste super atenciosa..
pois já n posso dizer o msm d mim..
pk tenho andado um pouco ausente
és sempre bem vinda
Não há final em nenhuma história...fotograma mentira....fotograma verdade, a vida na alucinante passagem às vezes arrasta a infelicidade, outras...
Doce beijo
Costumo "ler-te" mas raramente comento. Em tempos, disse-te que contas estórias bizarras. E...continuas!
Pergunto...Algum trauma, ou somente uma opção maquiavélica?
Não há finais felizes...bem, se esse for o final do António, penso que não será assim tão infeliz,não?Aquela manhã que lhe parecia perfeita apesar da atmosfera geral,a risada do filho e a possibilidade de ouvir a sua voz uma última vez,não fará deste final,feliz mesmo que precoce?:)
que antónio..Alberto!
sorin,
não há trauma, se é ou não perversão ou opção maquiavélica, não sei...
vou tentar mudar o registo... :)
matter,
ainda nem eu sei :)
chronicles,
gostos são gostos :)
e veremos como será o resto do texto.
quanto a ausentes e não ausentes, bem...o tempo nem sempre nos chega.
alquimista,
talvez assim seja.
magui,
a felicidade acontece ou não, mas só depois é que somamos e vemos resultados.
É verdade!!!...não há finais felizes, ou melhor: Há finais que nem sempre são felizes....
Feliz fiquei eu, finalmente, ao vir a este teu blogue. Obrigado
Paulo
Só p´ra dizer que te amo
nem sempre encontro o melhor termo
nem sempre escolho o melhor modo
Já comentei por aqui que "escreves que é uma coisa parva". Mas mais do que isso, acho que és das melhores escritoras (quem escreve assim é Escritor) que já tive opurtunidade de ler.
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