segunda-feira, fevereiro 28, 2005

sonhos cor-de-rosa

A Joana soprou e fez pequenos arco-íris nas suas bolinhas de sabão.
Rodou, deu voltinhas e foi ficando rodeada pelas suas criações e sentiu-se elvitar...voou até às nuvens, sentou-se numa nuvem- "parecem algodão doce"-experimentou-"é mesmo algodão doce!!!"
Chamou a Sandra e o Rui, os três brincaram, saltaram de nuvem em nuvem, dançaram no meio das bolas de sabão. Descobriram atrás de uma nuvem muito grande, um espaço cheio de cores, com baloiços, com gelados, com muitos chocolates e com aquelas bolachas que a mãe nunca compra!
Ficaram de barriga cheia e continuarama brincar, a mãe não estava lá para a proibir de comer tanto, para no fim a mandar ir lavar os dentes, para a mandar fazer os deveres, para lhe dizer para ir para a cama cedo, para lavar as mãos, para ter cuidado com o vestido,...
"Joana, são horas de ir para a escola! lenvanta-te!!" - chamou a mãe.

sábado, fevereiro 19, 2005

Traíste-me (Traí-te parte II)

Traíste-me, ainda nem sei bem porquê...?
Conseguiste confundir o que sentes por mim por um desejo, um capricho a que chamaste vingança!
Dormi contigo, encostei-me ao teu corpo, a esse cheiro, que afinal também era do outro; beijei os teus lábios que horas antes tinham recebido outros beijos!
Se passo pouco tempo contigo é porque não posso e não porque o queira fazer; dou-te a atenção que precisas qaundo estou contigo, sempre dei...Amo-te, caramba!
Um homem não chora...mas eu pareço o nosso puto quando perde o brinquedo favorito. Dizes que não te perdi, mas também não te tenho, olho-te deitada ao meu lado e imagino outro corpo sobre ti, sinto-me espectador da minha própria vida, parece até que não quero ter controlo sobre ela, sobre mim, desejo que isto seja um pesadelo!!!
Eu nunca te traí, oportunidades, quando vou beber uns copos, não faltam...mas eu assumi-me como teu marido, como teu e de mais ninguém...se te traí foi com o trabalho; o tempo que passo no escritório roubou-te e eu deixei...
Mas a culpa de me teres traído não é minha e sou eu quem mais sofre...tu esperas que eu te perdoe. Queres também que volte a confiar em ti?!


Não te consegui perdoar da maneira que querias, que era esquecer o outro da tua vida...foste embora e levaste o que de mais importante e valioso tenho: o meu filho! Isso não te consigo perdoar...e tiveste que ir para longe, porque nãoq uerias ver mais a minha cara, mas lembra-te que o meu filho quer e não tens esse direito...

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

viver em clausura

Tinha eu 16 anos quando, na disciplina de religião e moral, foi organizada uma visita de estudo a um convento de clausura.
Sinceramente,só o nome já me assusta, mas a realidade da vida lá foi coisa que não entendi.
Para entrarmos no convento, foi-nos dada autorização via um intercomunicador de lá ouvia-se uma voz que arranhava o português e que parecia já tremer bastante,e que nos mandou encaminhar até A`sala ao lado.
Nessa sala estava uma dúzia de cadeiras, que não chegavam para os visitantes, todas elas encostadas à parede de côr branca. A sala estava dividida em dois por umas barras grossas da côr da parede, que permitiam ver do outro lado seis cadeiras.
Uma por uma, forma entrando as "irmãs" (como gostam de ser chamadas) que se sentaram cada uma em sua cadeira.
Cinco delas aparentavam ter mais de 60 anos e só uma teria os seus 30; quatro dessas cinco eram espanholas e as restantes portuguesas.
Ouvimos com atenção aquilo que fazim no seu dia-a-dia: levantar as 6h da manhã para rezar, depois tomavam o pequeno-almoço, cuidavam do jardim ou da horta e almoçavam, depois rezavam e fechavam-se nas celas (óptimo nome diga-se da passagem) para contemplarem a imagem de cristo, lerem a biblia e orarem; não jantavam e dormiam; isto para não falar nas alturas de abstinência completa, em que não saiam das celas durante dias e em que a comida era passada por uma portinhola que havia em cada quarto! O que mais me impressionou foi o voto do silêncio que haviam feito e que ó quebravam em ocasiões importantes (nós fomos uma dessas ocasiões! ou teremos sido uma desculpa?).
No final, tivemso direito a questiona-las. Na sua maioria as perguntas resumiam-se a:
"porque veio para freira?";"deveu-se a algum desgosto amoroso?";"como sentiu o chamamento de cristo?"; "porque optou por viver em clausura?".
AS respostas resumiam-se a:
"porque deus me chamou!";"não!";"pela oração!"; "para poder contemplar deus como Ele merece!"
Achei muito esclarecedor e então interroguei:
-"As irmãs, vivem para a contemplação de deus; mas não era uma das vontades de deus, que os Homens de unissem e se ajudassem entre si?"
-"Calro que sim! E nós oramos por todos os Homens!"
-"(ah!oram por todos os Homens-pensei-'tamos salvos!) Então, as irmãs, na práctica, no dia-a-dia, não oferecem ajuda ao proximo!"
-"sim, oferecemos, quando nos batem à porta!"
-"então para estenderem a mão, alguém tem que lhes pedir que o façam?! Peço desculpa, mas estou a tenatr perceber: isso não é uma forma egoísta ou pouco altruista de se viver? principalmente para quem procura seguir os mandamentos de cristo, as leis de deus?!"
-"menina,nós rezamos...e ainda ontem vieram bater-nos a porta e nós demos um saco de alimentos"
(mas antes devem ter visto bem quem era,pelas inumeras cameras que monotorizavam o exterior do convento)
Calei-me, tinha os olhos do professor postos em mim, num olhar de "cala-te"; e os olhares dos meus colegas que pareciam dizer "não tens respeito nehum!"
No final, ofereceram-nos hóstias, não benzidas,porque doutra maneira seria pecado estarmos a come-las...eu fui a última a ir buscar.
Agradeci e as últimas palavras que ouvi foram:
-"reze menina, reze!"

Rezei, sim irmã, rezei, para que mais ninguém viva em clausura do contacto humano, da familia e amigos, do outro, do próximo...

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

sei conduzir...daqui a uns tempos sou condutora!

Pois é, após 7 meses, consegui tirar a carta!
Não julguem os leitores que me fartei de chumbar, mas isto de viver numa cidade e tirar a carta noutra não dá bons resultados, e oq ue podia ter sido feito em 2 ou 3 meses foi feito em sete!
Hoje tive o meu exame de condução, curiosamente, não me senti nervosa, estava um bocadito ansiosa, mas devo dizer que correu bem! O estacionamento é que me pôs um tanto ao quanto nervosa: a porra do carro não indireitava! Não foi à primeira mas foi á terceira manobra (õ máximo que é permitido num estacionamento), a inversão de marcha foi fácil...ainda hoje não percebo porque diabo esta manobra é avaliada...mas pronto eu ainda não sou uma condutora... sei apenas conduzir! :)

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

portishead - glory box

I'm so tired of playing,
Playing with this bow and arrow,
Gonna give my heart away,
Leave it to the other girls to play.
For I've been a tempteress too long,

REFRÃO:

Oh yeah,
Give me a reason to love you,
Give me a reason to be a woman,
I just want to be a woman
From this time unchained,
We're all looking at a different picture,
Through this new frame of mind,
A thousand flowers could bloom,
Move over and give us some room

REFRÃO

So don't you stop being a man,
Just take a little look from outside when you can,
Sow a little tenderness,
No matter if you cry

REFRÃO

{Its all I want to be, a woman},
So I just want to be a woman,
For this is the beginning of forever and ever,
Its time to move over now,
(So I want to be)
{Back to start again and fades}

Amigos

Gostei da mensagem que me enviaste...sinto-me feliz!
Lembras-te quando brincamos com as palavras? Fingiste ser um cavaleiro que vinha ter com a donzela...ou quando sorrias e piscavas o olho...hummm...quando disseste que gostavas de mim e tinhas saudades? Corei...mas correspondi ao teu cumprimento, e sabes que senti, quando disse "ainda bem que apareceste, precisava de abraçar alguém! e de dizer gosto de ti!"
A certa altura, acho que julguei estar a apaixonar-me por ti -"i can't take my mind off of you"-mas não! Conversavamos em tom de flirt, estavamos os dois sozinhos e gostamos um do outro só isso.
Percebi isso quando te abracei, e esse aperto contra o meu peito superou a vontade que até teria de te beijar; quando olhaste para mim e me beijaste a testa...rimos, pareciamos putos...e passamos a tarde assim : amigos, enamorados da conversa que temos, da cumplicidade, não da paixão...estranho? acho que não...ou talvez sim...
Gostei da mensagem que me envias-te...sinto-me feliz!
"Amiga!Amiga!Amiga! Adoro-te de morte! Sinto-me bem por não ter cedido à tentação de me apaixonar! assim és minha para sempre!"
Com um brilhozinho nos olhos eu fiquei...

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Traí-te

Encontrei-o, por acaso, quando fui tomar um copo com a Susana, ela não apareceu, eu fiquei à espera...ele apareceu, meteu conversa comigo...eu estava sozinha, e conversei - trocamos os números de télémovel.
Passados uns dias telefonou-me, encontrei-me com ele, fui até a casa dele, embrulhei-me nos seus lençois, senti o cheiro de um homem que não eras tu, tive beijos que não os teus, envolvi-me num corpo tão diferente daquele que eu estava habituada...e gostei! senti-me bem...
O tempo foi passando, chegavas a casa e nem notavas que eu estava diferente,masi solta,mais feliz, irritava-me ver-te igual, sem nenhuma reacção....
Com o passar do tempo comecei a sentir-me mal, nunca me tinhas feito mal nenhum, no fundo gostavas de mim e eu de ti, mas eu necessitava de mais, precisava de sair com alguém que tivesse tempo para mim, alguém que me surpreendesse.
Traí-te ,porque alguém me tratou como uma mulher, porque alguém me desejou, porque alguém me dava atenção, porque eu me queria sentir amada, desejada, e senti-me bem!
NÃO! Traí-te, porque me queria vingar da tua ausência, e isso fez-me sentir suja..senti que me usei para te ferir e não consegui!

Acabei tudo com ele, com o homem que me pagou a bebida, ainda sinto o cheiro dele, mas não tenho saudades...lembro os bons tempos,mas não os quero de volta! Quero-te a ti, porque te amo, porque tive um filho teu...porque nos quero unir!
Dá-me mais atenção, mostra o teu amor...sê meu amante!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Porque hoje é dia 14...

Porque hoje é dia 14 de Fevereiro, dia dos namorados...não podia deixar de escrever qualquer coisa...
Como não tenho a quem fazer uma declaração deixo a todos vocês enamorados e a todos os outros, que tal como eu, ouvem a a boca foleira: encalhados!


Para os enamorados, só vos posso dizer que troquem ou não presentinhos e rosas, espero é que se retirem do mundo, ou seja, fujam os dois para qualquer lado, até já pode estar combinado, digam "voltamos já" e apareçam amanha de manhã no trabalho!

Para os encalhados fica a sugestão, também podem fugir,mas sozinhos o que pode não ter o mesmo efeito, a não ser que procurem um retiro espiritual...e uma dica: é um´péssimo dia para tentarem encontrar a "alma gemea", ou estão todos com par ou são também encalhados no seu retiro espiritual e logo não estão a passear nas ruas!

Mas continuo a achar que é um bom dia, uma segunda-feira, cheia de sol...

domingo, fevereiro 13, 2005

Carta...sem fim!

"Senta-te e lê-me,

na sala, imagina os meus dedos e os teus, imagina as notas, uma por uma, até comporem uma fantástica melodia, eu sou um violino e tu uma harpa, somos cordas de uma vida que juntas entoam um dos melhores sons que já ouvi...

Agora pensa, nesse som, ouve cada acorde, cada nota aguda ou mesmo as mais graves, deixa esse som invadir a tua mente,o teu coração, pensa em mim, pensa que nunca te vou abandonar. Lembra-te do nascimento dos nosso filhos, chorei quando o puto olhou para mim, e continuei quando a minha miúda nasceu e lembro-me de ti... do teu sorriso, "preso" na respiração ofugante... mas lembro-me ainda mais de quando te dei a mão pela primeira vez, o teu sorriso tornou-se timido, o teu olhar fugiu, mas não desisti de o encontrar...

Agora, espero que me perdoes por te pedir que me tragas os cigarros, que me ajudes a levantar da cama, que tenhas entendido porque não quero que os miúdos me vejam agora, que tenhas entendido o que foi a minha vida contigo, quero que saibas que faço de conta que não sei que vais chorar para o corredor, que o teu sorriso não é forçado, que os teus olhos não estão inchados... tu fazes o mesmo em relação a mim..

Silvia, digo-te isto, para que não deixes nunca de falar de mim aos nossos filhos, para que te lembres que sempre te amei, que te amo...que te quero,que te desejo. Ontem beijaste-me, quando será a última vez que o fazes?

Uma das minhas cordas soltou-se, continua a tocar as tuas, eu ficarei à espera de ti, para formarmos novamente um duo.... Amo-te Amo-te Sérgio"

-Encontrei isto no chão ao lado da cama...deve ter sido durante a noite que escreveu, não sei se a acbou...

-Obrigada!Claro que não acabou, o Sérgio não acabou

Não quer acreditar...

A Silvia, foi hoje visitar o marido ao hospital. Foi ve-lo pela vigésima vez, aquele quarto cinzento.
Sérgio,o marido, todos os dias a espera, sabe que ela vem com um sorriso nos lábios, que lhe dá um beijo, lhe trás os cigarros e lha dá as noticias lá de casa.
Ela, todos os dias faz um esforço para sorrir, para falar dos filhos, para lhe dizer que em breve tudo passa e matam as saudades longe dali.
Tem saudades de lhe passar as mãos pelo cabelo, aquele cabelo farto,espesso, brilhante...que ela sempre invejara! tem que se esforçar para não se lembrar que ele não se levanta sozinho da cama, que ele poderá não voltar para casa, que cada cigarro que ele fuma é o fim mais perto...tenta não se lembrar do dia em que ele foi internado, em que a filha mais nova se agarrou ao pai na esperança de não o deixar, das vezes que o filho pergunta "quando vem o pai para casa?", das vezes que não tem noticias boas para dar á familia, das vezes em que se levanta para ir ao quarto de banho e fica no corredor a limpar as lágrimas...A Silvia só se quer lembrar dos abraços fortes que o marido dava, das risadas contagiantes, dos entido de humor, que ainda continua refinado, quer-se lembrar do ontem e esquecer que o amanha espreita.

sábado, fevereiro 12, 2005

"i kissed your mouth & back that's all i need"

Entrei pé ante pé, encotrei-te, enrolado no cobertor, a dormir no sofá, a televisão estava sem som, o dvd tocava "Eskimo"...
Cheguei tarde esta noite,porque fui sair com amigas, hoje era só com elas, queria por a conversa em dia, queria rir com elas, reparar nos flirts à volta (alguns até podiam ser meus), mas sei que te tenho em casa,à minha espera...
A noite foi divertida, sem nada demais, sem flirts (não te preocupes)...
Apeteceu-me beijar-te, cheguei a casa, passei-te a mão pela cara, beijei-te os lábios, beijei-te o pescoço, acordaste:
- "saber que te posso beijar é tudo o que preciso!"
- "saber que me queres beijar faz com que te ame!"

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

A Rita foi com os pais ao supermercado

A Rita foi com os pais ao supermercado.
Mal sairam de casa e entraram no carro começou a conversa do costume, porque o pai é que pagava as contas, porque a mãe não tinha emprega, porque o pai chegava tarde a casa, porque a mãe passava a vida ao telefone com amigas, porque, porque e porque...
De casa ao supermercado, com semaforos e transito não demorariam mais de 15 minutos, mas todo esse tempo foi gasto em discussões que não adiantavam nada!
A pequena Rita, tentava já não ligar aos gritos dos pais, tentava falar de outras coisas, da escola, da amiga Mariana, do cão que ela queria, do periquito que tinha morrido e ela não sabia para onde ele tinha ido... mas os pais não a ouviam, e em tom zangado mandavam-na calar e então a Rita virada para a janela do carro, imitava sorrisos e gargalhadas, para que as outras pessoas pensassem que os pais estavam apenas a contar histórias...
Estacionaram o carro, sairam, o pai pegou na moeda para por no carrinho, entraram pela "porta mágica" que abria sozinha e andaram pelos corredores! Ora punha a mãe uma coisa ora punha o pai, a Rita ia atras deles, não olhava para as prateleiras, olhava ora para a mãe ora para o pai, seguia-lhes cada gesto atentamente, ouvia cada palavra na esperança que esta não se tornasse um berro! Nme um, nem outro lhe dirigiu a palavra e a Rita continuou sozinha...
Foram para a caixa, o pai pegou no cartão e pagou, abriram a mala do carro, pousaram lá dentro os sacos das compras, o pai disse à mãe para levar o carrinho e trazer a moeda, a mãe disse que não era empregada de ninguém, a Rita emporrou o carrinho "eu levo, não paguei, nem tive que fazer a lista de compras..." e sorridente por ter evitado o continuar de uma discussão, levou o carrinho, tirou a moeda.
Correu para os pais, nem sentiu o embate, caiu e viu os pais de costas...
A mãe ouviu a travagem, o pai apanhou a chave que lhe tinha caido, olharam para trás e agora corriam eles para a filha e agora tinham todo o tempo para a ouvirem, para não a deixarem sozinha...

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Canta!...que encanta!

Estavas tão engraçado, em frente ao teu portátil, a trautear Adrian Calcanhoto!
"Avião sem asa, fogueira sem brasa..." foi a tua melhor performance. Nem te importaste com os que te rodeavam...eu fiquei a ver-te, a ouvir-te...acho que nem te apercebeste que estavas a cantar em voz alta, só sei que ninguém se riu de ti, todos te acharam piada e sorriam cumplices para mim...
Tens um jeito divertido de fazeres as coisas, de as dizer, de as cantar e não és desafinado!
Depois calaste-te, o cd acabou, ficou tudo em silêncio...e tu de repente "Que bela sopa! quem não diz "opa?" que bela sopaaa..."- incrivel continuavas a cantar!
Eu soltei uma das minhas gargalhadas e tu..."Que queres?! Tenho fome...!" e sorriste....

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

(Meu) Puto isto é para ti!

Estavas quietinho, de olhos fechados, dormias tranquilamente no teu primeiro dia ao "ar livre", mas tinhas nove meses de passado.
Por isso eu já te conhecia, sem te ter visto a cara, sem te ter tocado as mãozinhas, sem ter visto esse teu nariz lindo!
Quando te toquei, pela primeira vez, lembrei-me de ter sentido os teus pontapés na barriga da mãe, lembro-me das vezes em que encostei o ouvido á barrriga redonda na nossa mãe, numa tentativa de te ouvir...mas sentia-te, no entanto nunca da forma como quando te peguei pela primeira vez!
Cheiravas a b´bá (e o qu e´o cheiro a bébé?), aparentavas uma fragilidade tal, que me levou a pegar em ti de uma forma tão cuidadosa que até tive medo!
Tenho na minha memória, a primeira vez que te ouvi chorar (o choro mais lindo que ouvi até hoje), lembro-me quando entraste em casa pela primeira vez, p rimeiro biberão que te dei, a primeira fralda que te mudei, a tua primeira palavra (vóvó) ....
Não consigo descrever o que sentia, o que sinto...lembro-me de ter pensado "é isto o Amor?", enquando te adormecia cantarolando uma qualquer canção de embalar,ouvindo o "chuac,chuac!que fazias com a chupeta! Agora respondo-me: "sim! é isto o Amor!!!".
Ainda hoje, tens aquele sorriso malandro que contagia quem te ouve...
Foste crescendo e nem por isso perdeste a graça...agora também tu dás miminhos sem ninguém te pedir que o faças, chegas ao pé de mim e dás-me beijinhos e abraços só porque te apetece.
Foste o meu primeiro boneco que chorava e tinha fome, que eu precisava de embalar para adormecer...és o único boneco com o qual ainda brinco!
ADORO-TE MIÚDO!

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Filmes!

A sala está escura, as cadeiras estão todas ocupadas, os olhos das pessoas fixam-se na tela, apenas o grande ecrão ilumina.
O filme começa, a trama toma inicio e vai ganhando contornos, os habituais: dois estranhos cruzam-se, apaixonam-se sem admitir a si próprios, depois surge um vilão que os tenta separar, separam-se então os apaixonados mesmo antes de se juntarem! Depois o vilão é batido, há juras e promessas de amor eterno...
No fim, o par de enamorados finaliza com a cena (ternurenta) de sempre : um beijo apaixonado! e note-se que não estou a gozar! não tenho nada contra beijos apaixonados, bem pelo contrário.

Nos filmes a cena final é sempre o beijo de dois amantes,pois bem é exactamente aí, quando o filme acaba, que a vida começa!

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Mudanças

Observo, em fim, a casa vazia.
As paredes despidas, apenas com a marca dos quadros que antes estavam pendurados, o chão nu, sem os tapetes e sem sofás. Relembro dez anos, vejo-os encaixotados em cartão, envolvidos em jornais de dias anteriores; revejo uma última vez o meu quarto - vou sentir falta de olhar por aquela janela e ver o azul e a espuma branca do mar.
Esta casa foi minha e agora que bato a porta pela última vez, sinto que nunca mais a vejo e quero voltar atrás, quero voltar a pôr tudo no sitio (talvez mudasse a estante de lugar), mas a casa já não é minha e tenho uma sensação de perda, de saudade...
Meto-me no carro, afasto-me, deixo de ver o azul, não olho para trás e sigo em frente.

Estás à minha espera, não quiseste entrar sem mim...rodas a chave, abres a porta; ainda tentamos entrar os dois ao mesmo tempo- "não cabemos"- cedes-me passagem.

Observo a casa vazia.
As paredes despidas onde vou pendurar os quadros, o chão nu,onde vou estender os tapetes e pôr os sofás. Imagino os dez anos seguintes, os caixotes abrem-se, o cartão e os jornais vão para a reciclagem.
Entro no nosso quarto, olho a janela, tenho uma nova vista...azul só o céu, porque hoje está sol.
Fechamos a porta, esta casa é agora minha, é nossa, vamos pôr tudo no sitio...o lugar da estante escolho eu!