sexta-feira, julho 28, 2006

Até já

"The Universal" Blur

Fui de férias.
Até já...

quinta-feira, julho 27, 2006

Respira...



Inspira...expira...lentamente
E agora, onde poderás estar?
Eu espero,
Lentamente...expiro...inspiro

O fantasma da casa susuurra-me "estás sozinha"
(uuu)
Nunca mais chegas!
Quando vieres, vamos fazer um novo amor...
(dá, dá)

sábado, julho 22, 2006

Um dia frio de Inverno


Naruto Musica: Hauted Home de David Fonseca
Foram a uma festa.
Divertiram-se como já não se divertiam hà muito tempo.
Ele apressa-a até lá fora.
"Tem calma! Não me transformo em gata borralheira às doze badaladas!"
O ar frio provoca, nela, um arrepio. Ele cobre-lhe os ombros com o braço, sussurra algo na linguagem dos amantes e que a faz sorrir. Ela fecha os olhos, "cai" uma estrela, ele sorri e olha-a ansioso... ela diz "sim!" e abraçam-se...
A chuva começa a cair, a festa aguarda-os para os abrigar...não... em casa estarão melhor.
Deitam-se juntos, abraçados, felizes...
Uma noite fria de inverno, uma casa quente, ouve-se o crepitar da lareira.
Ela chama-se Leonor, Ele chama-se Pedro.
Leonor acorda, beija Pedro, estranhamente está frio... a lareira já não aquece.
O médico diz: "Foi um aneurisma".
Leonor, ela sozinha, diz "não!"

quinta-feira, julho 13, 2006

Prenda para a mãe


Loreena McKennitt - Dante's prayer

- Como é que se vai para o céu?
- Não sei. O meu pai disse que, os índios esperam sentados, sozinhos... esperam até ao pôr-do-sol.
- Então não dói...
- Acho que não. E por que queres saber?
- A minha mãe está no céu.
- hum...
- Ela faz anos para a semana...
- Queres-lhe dar uma prenda é?
- Sim...
- E que prendas vais dar? O que é preciso no céu?
- Eu. A minha mãe disse-me que eu fui o melhor presente da vida dela e quero faze-la feliz outra vez...

segunda-feira, julho 10, 2006

Wonderwall


"A School Project" Music: Ryan Adams version

Hoje foi o último dia.
Lamento que o tempo tenha sido pouco, lamento ter-me perdido, lamento não ter pedido desculpa...
... e depois de todos os caminhos que percorremos juntos, depois de todas as vezes em que me tapaste os olhos nos filmes de terror, há talvez uma coisa que nunca te disse: Obrigada!
Até sempre

sábado, julho 08, 2006

Sou menina III


Jeff Buckley - Hallelujah (NPA Live'95)

O monstro chegava todos as noites, pé ante pé, quebrava o silêncio dos inocentes, entrava nos sonhos e tornava-os pesadelos, e eu chorava... Chorei tantas vezes, enquanto fitava o azul.
E quanto mais o tempo passava, mais a dor se entranhava.
Nunca desistiu o monstro, nunca se cansou...
Um dia, a porta ficou encostada, não senti os lençois a serem puxados, esperei, mas o monstro tardou...
De um pulo saí da cama, fui devagarinho, sem fazer barulho, abri a porta e segui pelo corredor, fui ter à sala. O monstro estava a dormir no sofá da mamã, cheirava mal, cheirava a homem que tinha corrido e não tinha tomado banho, cheirava a pessoa que não punha os sapatos a apanhar ar, tossia fumo e tinha baba de cerveja, fazia o barulho dos monstros quando estão cansados de ter os olhos abertos...
Fui forte e fiquei a olhar para ele durante algum tempo, peguei no "truque" dele, naquilo que me metia medo e fazia calar, peguei na arma de trabalho do monstro - a mãe diz que ele é bom, destrói maus, mas eu acho que os maus e os monstros são amigos... - e Pum!!!
Fiquei suja, mas eu tomo banho, ponho os sapatos a apanhar ar, não tenho tosse e não bebo a água dos monstros...e agora posso dormir, sei que ninguém me vai obrigar a abrir os olhos.

E o relógio deu duas horas, quando derrotei o monstro, eram da manhã e não da tarde, e de repente eu era mulher, mas não, sou menina...

domingo, julho 02, 2006

Sou menina - II

Nunca pensei que algo me magoasse tanto: a espera era aterradora.
"São 22h horas! Cama!" - dizia a mãe. E eu demorava a despedir-me dela... e ela nunca percebeu a razão pela qual eu dizia "Só mais um bocadinho..."
"Posso deixar a luz acesa?"
"Já não és nenhuma bebé... eu deixo a porta aberta."
... o monstro abriu a porta e entrou. Sabia que ninguém o iria impedir.
Os lençois não me protegeram, a voz não me ajudou - ele soube silenciar-me...o medo bloqueia.
E de repente, o monstro falou na língua dos monstros algo que me assustou muito, mas eu não entendi, não percebi o que ele ia fazer.
Decidi abrir os olhos, mas tive tanto medo do escuro que, decidi olhar o tecto e aquele negrume transformou-se em mar e em céu, fui barco à deriva e ave em liberdade, fundidos em espaço azul...tão calmo, tão tranquilo, até que o monstro soltou um grunhido e fez um movimento brusco que me arrancou do sonho...
... odeio o azul que de me penetrar me tornou cega.
E nessa altura, a dor tornou- se insuportavel.