Mudanças
Observo, em fim, a casa vazia.
As paredes despidas, apenas com a marca dos quadros que antes estavam pendurados, o chão nu, sem os tapetes e sem sofás. Relembro dez anos, vejo-os encaixotados em cartão, envolvidos em jornais de dias anteriores; revejo uma última vez o meu quarto - vou sentir falta de olhar por aquela janela e ver o azul e a espuma branca do mar.
Esta casa foi minha e agora que bato a porta pela última vez, sinto que nunca mais a vejo e quero voltar atrás, quero voltar a pôr tudo no sitio (talvez mudasse a estante de lugar), mas a casa já não é minha e tenho uma sensação de perda, de saudade...
Meto-me no carro, afasto-me, deixo de ver o azul, não olho para trás e sigo em frente.
Estás à minha espera, não quiseste entrar sem mim...rodas a chave, abres a porta; ainda tentamos entrar os dois ao mesmo tempo- "não cabemos"- cedes-me passagem.
Observo a casa vazia.
As paredes despidas onde vou pendurar os quadros, o chão nu,onde vou estender os tapetes e pôr os sofás. Imagino os dez anos seguintes, os caixotes abrem-se, o cartão e os jornais vão para a reciclagem.
Entro no nosso quarto, olho a janela, tenho uma nova vista...azul só o céu, porque hoje está sol.
Fechamos a porta, esta casa é agora minha, é nossa, vamos pôr tudo no sitio...o lugar da estante escolho eu!
As paredes despidas, apenas com a marca dos quadros que antes estavam pendurados, o chão nu, sem os tapetes e sem sofás. Relembro dez anos, vejo-os encaixotados em cartão, envolvidos em jornais de dias anteriores; revejo uma última vez o meu quarto - vou sentir falta de olhar por aquela janela e ver o azul e a espuma branca do mar.
Esta casa foi minha e agora que bato a porta pela última vez, sinto que nunca mais a vejo e quero voltar atrás, quero voltar a pôr tudo no sitio (talvez mudasse a estante de lugar), mas a casa já não é minha e tenho uma sensação de perda, de saudade...
Meto-me no carro, afasto-me, deixo de ver o azul, não olho para trás e sigo em frente.
Estás à minha espera, não quiseste entrar sem mim...rodas a chave, abres a porta; ainda tentamos entrar os dois ao mesmo tempo- "não cabemos"- cedes-me passagem.
Observo a casa vazia.
As paredes despidas onde vou pendurar os quadros, o chão nu,onde vou estender os tapetes e pôr os sofás. Imagino os dez anos seguintes, os caixotes abrem-se, o cartão e os jornais vão para a reciclagem.
Entro no nosso quarto, olho a janela, tenho uma nova vista...azul só o céu, porque hoje está sol.
Fechamos a porta, esta casa é agora minha, é nossa, vamos pôr tudo no sitio...o lugar da estante escolho eu!
2 Comments:
A mudança deixa sempre uma certa melancolia... Em tempos mudei de casa, também. Deixou-me uma certa saudade. Era um pouco de mim, que ficava para trás. Agora, não consigo imaginar-me fora desta casa, ela é toda eu! É um mundo onde eu sou menina, sonhadora, voando por esse céu azul, que vejo da minha janela, ao encontro do mar... Ela é uma parte de mim... eu, sou toda ela...
"Quem muda, Deus ajuda". Ajudou!
Um abraço e um :-)
http://eternamentemenina.blogs.sapo.pt/
Por muita nostalgia que te traga a mudança, ainda retens a lucidez suficiente para te lembrares do pormenor da reciclagem! Gostei! Beijocas!
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