O homem de ninguém
Às vezes, deixava-se guiar, ficava cego... e um dia, quando decidiu abrir os olhos, viu que não estava lá ninguém para o conduzir.
Foi então que esperou pelo regresso dela. Deixava a porta de casa aberta, nunca seria tarde demais para ela entrar, pensava ele.
A solidão fazia-se sentir, sempre que ele se deitava na cama do quarto deles, a cama larga, grande demais para um só, nunca pequena quando estavam os dois; a cama ganhou novas dimensões, quando ela saiu sem bater a porta, estava cada vez maior, nunca mais acabava.
Ele dava o seu reino por um beijo dela naquelas alturas, nessas e noutras, nunca acabava a dor causada pela ausência... e então ele resignava-se a esperar, o relógio era inimigo a abater, o ponteiro das horas fazia troça dele, não saía do lugar e o dos minutos recusou-se a jogar à apanhada... o tempo não se esgotava, porque não passava.
De braços abertos - estava ele na entrada da casa - à espera de os pôr à sua volta, as mãos estavam despidas de tacto; tacto que só ela tinha merecido, só ela merecia.
Ela, era ouro, era o coração dele, era a alma que completava a sua e agora tinha desaparecido. Ele, caía num abismo, num poço sem fundo, a vida estava em queda livre no Universo, só porque ela deixou de ser o sol que brilhava todas as manhãs.
Não tinha sido para isto que ele tinha decidido amar. Caiu ele em amores, caíu depois em tristeza, profunda de mágoa por não a ter apertado nos braços quando o carro se despistou na autoestrada e ela ficou estendida no chão apenas com um golpe na cara, que nem a desfigurou, e ele ficou o homem de ninguém em lado nenhum...
Foi então que esperou pelo regresso dela. Deixava a porta de casa aberta, nunca seria tarde demais para ela entrar, pensava ele.
A solidão fazia-se sentir, sempre que ele se deitava na cama do quarto deles, a cama larga, grande demais para um só, nunca pequena quando estavam os dois; a cama ganhou novas dimensões, quando ela saiu sem bater a porta, estava cada vez maior, nunca mais acabava.
Ele dava o seu reino por um beijo dela naquelas alturas, nessas e noutras, nunca acabava a dor causada pela ausência... e então ele resignava-se a esperar, o relógio era inimigo a abater, o ponteiro das horas fazia troça dele, não saía do lugar e o dos minutos recusou-se a jogar à apanhada... o tempo não se esgotava, porque não passava.
De braços abertos - estava ele na entrada da casa - à espera de os pôr à sua volta, as mãos estavam despidas de tacto; tacto que só ela tinha merecido, só ela merecia.
Ela, era ouro, era o coração dele, era a alma que completava a sua e agora tinha desaparecido. Ele, caía num abismo, num poço sem fundo, a vida estava em queda livre no Universo, só porque ela deixou de ser o sol que brilhava todas as manhãs.
Não tinha sido para isto que ele tinha decidido amar. Caiu ele em amores, caíu depois em tristeza, profunda de mágoa por não a ter apertado nos braços quando o carro se despistou na autoestrada e ela ficou estendida no chão apenas com um golpe na cara, que nem a desfigurou, e ele ficou o homem de ninguém em lado nenhum...
8 Comments:
⊆⊇ Depois dizes que tu é que sofreste um "bac" ⊆⊇ e assim sendo, permite-me a ousadia de dizer que também o senti ⊆⊇ ao ler este magnífico excerto literário. ⊆⊇
Beijocas e inté.
Com lágrimas nos olhos,solidarizo-me com a solidão de quem perde para sempre quem ama.....um texto cheio de emoção,que apela ao sentimento mais nobre que temos....o AMOR.Belo texto
CARAMBA!
e é tudo o que consigo dizer... ta impressionante
que posso dizer além do que me dizem os sentidos e os sentimentos e o que deles retiro para chegar a esse ponto fulgurante e ácido onde aprendemos a brevidade da vida e a maior brevidade - e mais escura - do amor?
por dentro das tuas frases uma subterrânea mitologia e como se uma janela se abrisse um novo conceito de realidade nasce noutro lado ilumina-se com a forma dos - vales e colinas por onde correm os rios invísiveis do amor.
Muito bom....parabéns pela maneira como escreve..foram poucas as vezes que senti as palavras e este=as eu o senti.
Li duas vezes... É bastante forte! Descreveste tão bem os sentimentos... o que é perder alguém a quem amamos muito... como se sente quando não está ao nosso lado... A tua escrita é extremamente tocante!
Beijinhos gdes
Maria, estou gostando de tua veia literária, manda ver, e breve me enviarás um livro autografado...beijos..
excelente... ana estas cada vez melhor. os teus textos estao cada vez mais emotivos, expressivos sei la ...
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