sexta-feira, fevereiro 11, 2005

A Rita foi com os pais ao supermercado

A Rita foi com os pais ao supermercado.
Mal sairam de casa e entraram no carro começou a conversa do costume, porque o pai é que pagava as contas, porque a mãe não tinha emprega, porque o pai chegava tarde a casa, porque a mãe passava a vida ao telefone com amigas, porque, porque e porque...
De casa ao supermercado, com semaforos e transito não demorariam mais de 15 minutos, mas todo esse tempo foi gasto em discussões que não adiantavam nada!
A pequena Rita, tentava já não ligar aos gritos dos pais, tentava falar de outras coisas, da escola, da amiga Mariana, do cão que ela queria, do periquito que tinha morrido e ela não sabia para onde ele tinha ido... mas os pais não a ouviam, e em tom zangado mandavam-na calar e então a Rita virada para a janela do carro, imitava sorrisos e gargalhadas, para que as outras pessoas pensassem que os pais estavam apenas a contar histórias...
Estacionaram o carro, sairam, o pai pegou na moeda para por no carrinho, entraram pela "porta mágica" que abria sozinha e andaram pelos corredores! Ora punha a mãe uma coisa ora punha o pai, a Rita ia atras deles, não olhava para as prateleiras, olhava ora para a mãe ora para o pai, seguia-lhes cada gesto atentamente, ouvia cada palavra na esperança que esta não se tornasse um berro! Nme um, nem outro lhe dirigiu a palavra e a Rita continuou sozinha...
Foram para a caixa, o pai pegou no cartão e pagou, abriram a mala do carro, pousaram lá dentro os sacos das compras, o pai disse à mãe para levar o carrinho e trazer a moeda, a mãe disse que não era empregada de ninguém, a Rita emporrou o carrinho "eu levo, não paguei, nem tive que fazer a lista de compras..." e sorridente por ter evitado o continuar de uma discussão, levou o carrinho, tirou a moeda.
Correu para os pais, nem sentiu o embate, caiu e viu os pais de costas...
A mãe ouviu a travagem, o pai apanhou a chave que lhe tinha caido, olharam para trás e agora corriam eles para a filha e agora tinham todo o tempo para a ouvirem, para não a deixarem sozinha...

3 Comments:

Blogger Eduarda Sousa said...

também já me senti uma Rita. Mas agora já não tenho paciência para aturar as discussões deles e por isso evito sair de carro em "família". Que se matem e esfolem um ao outro mas me deixem em paz e sossego!

sexta fev. 11, 04:00:00 da tarde 2005  
Blogger Joana said...

É como se nunca soubéssemos o que temos enquanto ainda temos. É cliché, mas continua sempre a ser assim.

sexta fev. 11, 04:05:00 da tarde 2005  
Blogger BigInJapan said...

:'(

Esta Rita aqui tem a sorte de não viver mais a ouvir berros... Mas tem a tristeza de saber que alguem ainda os ouve

sábado fev. 12, 10:27:00 da tarde 2005  

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