Recebi uma carta há cinco anos atrás...
"Sempre gostei de viajar. Fui uma pessoa que nunca se conformou com o que tinha! A certa altura senti-me presa, então decidi pegar numa mochila, em algum dinheiro que tinha e meter-me num comboio rumo a lado nenhum, rumo a algum sitio, um qualquer, não importava.
Fui parar a todo o tipo de sitios, de cidades movimentadas, a terras pacatas cuja existência é por poucos conhecida. Conheci gente como eu que gostava de andar pelo mundo e conhecer, gente que como eu não se conformava com as mentes quadradas e conformadas das terras de onde eram oriundas.
Foi com esses que decidi rumar ao resto da europa, conhecer, ver, sentir-me livre, independente, gosto da ideia de me considerar "nomada", foi com estes companheiros de viagem que fui parar a uma pequena cidade italiana e de onde não voltei a sair. Não deixei de ser viajante, mas foi lá que decidi fixar residência passados cinco anos de ter saido de Portugal. Há pouco tempo atrás fui ver a terra que me viu nascer, da qual guardo recordações mas não saudade, fui ver a terra que me viu partir ha catorze anos, onde deixei amigos que nunca mais vi, onde tu ficaste ainda pequenina, nem deves ter notado muito a minha falta e eu sei que ficaste bem. Tentei visitar-te, mas não estavas por lá, disseram-me que tinhas ido de férias!
Escrevo para que saibas porque parti, a minha necessidade de viver para mim, de não me sentir presa (ainda que estivesse muito ligada a ti), a minha necessidade de ser livre, a falta de capacidade que eu tinha de viver junto de alguém e faze-la feliz, foi determinante para a minha jornada!
Hoje, ao fim de vinte, decidi escrever, se te visse ou ouvisse ja nem te reconheceria...não sei como estas, nem sei quem és ...nem tu sabes quem sou!
Vou ser sincera, se calhar até fria: não procuro o teu perdão, quero simplesmente dizer-te que não foste tu, não foi mais ninguém que não eu que levou as coisas as ficarem assim.
Espero noticias tuas.
Escreve-me, se leste esta carta até ao fim,
I."
Resposta à carta:
"Não senti a tua falta?! Ao fim de catorze anos tenho a explicação que a culpa da tua partida não foi minha foi tua?! mas afinal que conversa é essa?! E porque razão só agora, porque razão não mantiveste contacto?!
Não te dês ao trabalho de me voltares a responder!
A."
Releio esta carta e continuo sem perceber muito bem porque razão a I. ma escreveu! Hoje já não sou uma adolescente perturbada, confusa e revoltada com a vida!
Mas passados cinco anos de ter recebido esta carta e de ter respondido de forma tão curta, não voltei a entrar em contacto com a I., nem ela comigo, talvez queira respeitar a minha vontade.
Isto não é um desabafo meu, é antes uma carta de desabafo da I.
Talvez um dia eu consiga olha-la de frente, talvez um dia eu consiga perdoar alguém que nunca vi, alguém que não sei quem é...a não ser que é minha mãe, e que não me quis levar na sua jornada...
Fui parar a todo o tipo de sitios, de cidades movimentadas, a terras pacatas cuja existência é por poucos conhecida. Conheci gente como eu que gostava de andar pelo mundo e conhecer, gente que como eu não se conformava com as mentes quadradas e conformadas das terras de onde eram oriundas.
Foi com esses que decidi rumar ao resto da europa, conhecer, ver, sentir-me livre, independente, gosto da ideia de me considerar "nomada", foi com estes companheiros de viagem que fui parar a uma pequena cidade italiana e de onde não voltei a sair. Não deixei de ser viajante, mas foi lá que decidi fixar residência passados cinco anos de ter saido de Portugal. Há pouco tempo atrás fui ver a terra que me viu nascer, da qual guardo recordações mas não saudade, fui ver a terra que me viu partir ha catorze anos, onde deixei amigos que nunca mais vi, onde tu ficaste ainda pequenina, nem deves ter notado muito a minha falta e eu sei que ficaste bem. Tentei visitar-te, mas não estavas por lá, disseram-me que tinhas ido de férias!
Escrevo para que saibas porque parti, a minha necessidade de viver para mim, de não me sentir presa (ainda que estivesse muito ligada a ti), a minha necessidade de ser livre, a falta de capacidade que eu tinha de viver junto de alguém e faze-la feliz, foi determinante para a minha jornada!
Hoje, ao fim de vinte, decidi escrever, se te visse ou ouvisse ja nem te reconheceria...não sei como estas, nem sei quem és ...nem tu sabes quem sou!
Vou ser sincera, se calhar até fria: não procuro o teu perdão, quero simplesmente dizer-te que não foste tu, não foi mais ninguém que não eu que levou as coisas as ficarem assim.
Espero noticias tuas.
Escreve-me, se leste esta carta até ao fim,
I."
Resposta à carta:
"Não senti a tua falta?! Ao fim de catorze anos tenho a explicação que a culpa da tua partida não foi minha foi tua?! mas afinal que conversa é essa?! E porque razão só agora, porque razão não mantiveste contacto?!
Não te dês ao trabalho de me voltares a responder!
A."
Releio esta carta e continuo sem perceber muito bem porque razão a I. ma escreveu! Hoje já não sou uma adolescente perturbada, confusa e revoltada com a vida!
Mas passados cinco anos de ter recebido esta carta e de ter respondido de forma tão curta, não voltei a entrar em contacto com a I., nem ela comigo, talvez queira respeitar a minha vontade.
Isto não é um desabafo meu, é antes uma carta de desabafo da I.
Talvez um dia eu consiga olha-la de frente, talvez um dia eu consiga perdoar alguém que nunca vi, alguém que não sei quem é...a não ser que é minha mãe, e que não me quis levar na sua jornada...
6 Comments:
hey!! bgd pelo comment!! =) jah agr... este blog lembra.m um pc u meu blog... akele blog xcondido k só alguns veem =P quanto ao texto das saidas a noite, lembrou.m uma saida à disco da moda(ou n) aki em lx! XD fui.. e + 1 x obgd!
ainda bem qye conseguiste ultrapassar isso e perceber que a "culpa" não era tua
Li este post com alguma atenção, no entanto na minha opinião, parece-me, que os laços familiares se perderam devido a determinadas culturas de uma educação perdida. O teu e meu povo, é um povo amargurado que não sobrevaloriza o conceito familiar e muito menos o amor. Vives em Itália, olha à tua volta e percebe como existe uma enorme diferença entre os povos. A família deveria ser unida e indestrutível, mas infelizmente entre nós isso não existe, depois há os desencontros e o esquecimento!... De qualquer forma estás e estarás sempre perdoada, só pelo simples facto de o teres relatado aqui.
Beijos, familiares(mas unidos)!
Podes visitar-me noutro blog http://nietzsche.blogs.sapo.pt/
Há, há, há... não é que eles acreditaram mesmo? :) mostra como és uma verdadeira escritora e contadora de histórias! beijinho
Oi minina! É verdade, mas em breve deixará de ser. ;) Vou voltar a escrever, claro. Tenho é andado demasiado ocupada com outras coisas e indisponivel para a escrita... Um pouco preguiçosa também... Mas, como sempre, adoro ler-te! Beijo.
Verdadeira ou não, esta carta é impressionante...
Abraço ;-)
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