terça-feira, março 08, 2005

Pausa

Abro a porta, pouso as chaves, subo as escadas.
Encontro outra porta, que abro e vejo uma claridade vinda da janela que me "obriga" a fechar os olhos por momentos. Volto-me e fecho a porta, sigo em direcção à janela, fecho as portadas e corro as cortinas.
A escuridão, do quarto, é agora o meu ambiente. Acendo a luz do candeeiro, pego no isqueiro e acendo duas velas e o incenso com cheiro a jasmim, ponho a tocar, no leitor, uma músoca calma, apago a luz do candeeiro.
A tenue luzz emanda pelas velas ajuda à melancolia do ambiente. Acedo um cigarro, puxo o fumo em longas passas, sinto o ar pesado a entrar nos pulmões, fecho os olhos e penso em nada, nem sei em que quero pensar...
Estou sozinha, mas também não quero companhia - "deixem-me esta só...comigo" - não vejo tarefa fácil nisso! Penso no que fiz, no que faço, nãoq uero pensar no amnhã, porque me custa, porque me desvio para o sonho...e hoje isso não ajuda nada...sonhar é fácil,mas é também irreal.
Chego à conclusão que a minha vida não e má,mas foram tantas e tantas as vezes em que me disse o mesmo e continuo a pensar o mesmo: vazio!
Dizem que estes momentos de introspecção ajudam a dar valor à vida...mas a mim não! Sinto-me mal, não gosto de mim, doq ue faço, sinto-me um nada.
Abro a gaveta, abro a caixa, encho-me de alguma coisa e talvez tudo passe.


Acordo, a luz é clara, ainda que artificial, sentadas ao meu lado, tenho duas pessoas que me olham tristemente, desvio o olhar e viro a cara para o outro lado.
Enchi-me, mas continua tudo vazio.
Dizem que nunca mais me deixam sozinha...o problema é que nunca me sinto acompanhada.
Dizem que tenho sorte em ter uma vida como a que tenho...não o nego, mas também não o sinto.
Dizem que o "amanhã" vai ser melhor...mas o "hoje" custa a passar.
Dizem que vou ter que me tratar, de me livrar do que está mal...como é que me livro de mim?

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Já senti e, ainda sinto quantas vezes, momentos desses... Mas depois penso que eu tenho força para sobreviver, porque sou uma combatente. Porque não posso ceder. E, continuo... tenho que continuar. Um abraço e um sorriso feito sol, para que te ilumine o sorriso no coração. Jinhos :-)

terça mar. 08, 01:56:00 da tarde 2005  
Blogger Luís Filipe C.T.Coutinho said...

Como é que te livras de ti? Simples, esquece o teu lado triste e oferece-te um sorriso novo.
:)

beijos

quarta mar. 09, 01:39:00 da tarde 2005  
Blogger Dra. Laura Alho said...

Às vezes, por mais que nos digam alguma coisa, parecem ser palavras vazias. Exactamente iguais áquilo que sentimos.
Não vai ser ninguém a nos dar as respostas que precisamos. Umas vezes elas vêm ao nosso encontro; outras vezes temos de ir ao encontro delas.
Seria tudo mais simples se tivéssemos objetivos definidos. O tempo "morto" ajuda a pensarmos em demasia. E quanto mais pensamos, mais vazios nos sentimos.

Beijinhos ***

quarta mar. 09, 02:13:00 da tarde 2005  
Blogger noiseformind said...

Tipo... o pessoal anda deprimido, e com razão. Eu conheço pessoas que apesar de terem feito quase todas disciplinas de 12º ano os pais deles ADIARAM-LHES a entrega do GOLF ou do A3. Quer dizer, é natural... uma pessoa quase acaba o 12º ano e já está a ser discriminada em relação ao pessoal que só lá pq teve uma cábula a correr-lhes melhor já tá lá dentro?????????????????????

Daí que eu perceba o contexto deste post. Por exemplo, no tempo do meu pai, se ele tivesse a brilhante ideia de se enfiar no quarto, dado que não havia porta no quarto dele (era um sotão) o pai dele chegava ao quarto e dava-lhe com um pau até que lhe passa-se a melancolia e punha-o a trabalhar outra vez. Agora um puto mimado fecha-se no quarto e que é que os pais fazem??? Trazem-no a um terapeuta (o que, na minha óptica, é tão boa ideia como o pau pelas costas abaixo, ou no caso da Casa Pia, pelas costas acima)

: ))))))))))

quinta mar. 10, 12:27:00 da manhã 2005  
Blogger Nandita said...

"Por exemplo, no tempo do meu pai, se ele tivesse a brilhante ideia de se enfiar no quarto, dado que não havia porta no quarto dele (era um sotão) o pai dele chegava ao quarto e dava-lhe com um pau até que lhe passa-se a melancolia e punha-o a trabalhar outra vez. "

não era so no tempo do teu pai...
os meus pais nunca me bateram, mas n esta na nossa formação fazer "birras" para chamar a atençao ou conseguir seja o que for...

dai que estas "escapatorias" da maior parte dos jovens d hoje em dia me passem um bocado ao lado... mas que eles existem, existem!

sábado mar. 12, 03:58:00 da tarde 2005  
Blogger Eduarda Sousa said...

quem já não passou por momentos destes? todos nós...
tenta aprender com a solidão e a tristeza pois elas estão dentro de ti para te transformarem nalguma coisa, aprende com elas, resiste-lhes... depois de as compreenderes expulsa-as

domingo mar. 13, 11:50:00 da manhã 2005  
Blogger noiseformind said...

Por exemplo a droga...
O ppl em Portugal usa a droga para q? Passar bons momentos. Nos EUA o pessoal usava a droga pura a e simplesmente para estudar, pois lá tem de se estudar TODOS OS DIAS, não há tempo para "curtir" uma depressãozinha pq entretanto já se perdeu o lugar no grupo de estudo, já se perdeu lugar naquela equipa onde se iria conseguir pontos extra. Acho que esta política de facilitismo que impera em terras lusas tem como principal problema o facto de o pessoal ficar com montes de tempo livre e claro, com o tempo livre vem a escolha de como o ocupar. De referir que os estrangeiros franceses e ingleses que vêm fazer Erasmus a Portugal deliram com as chamadas "noites académicas". Eles mal têm tepmo de ir a pub durante o semestre nos seus países e em Portugal deparam-se com um país onde se pode fazer o que se quiser. Ou seja, se por um lado quem faz as escolhas orientadas para o curso consegue na mesma tirar boas notas as médias de final de curso e mesmo a forma como o pessoal passa são uma desgraça. Por exemplo, na FEUP e FEP há uma taxa fixa (60% pelo menos têm de passar) de aprovações e os alunos chegam a ser puxados de 5 para 10. Resultado??? É ver todos os anos enormes massas de alunos rumarem de Braga e Aveiro até ao Porto, tais as benesses que se conseguem nessa Universidade. Mas qual é o resultado em relação à estabilidade emocional dos alunos? mais 30% de alunos que resspondem estarem "muito deprimidos" do que em Braga e mais 45% de alunos no mesmo estado em Aveiro

Dados estatísticos e referências às avaliações in "Reflexões sobre metodologias de ensino e avaliação comparada de currículos" Tese de mestrado de Ana C Freitas, ISPA

terça mar. 15, 08:47:00 da manhã 2005  

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