quinta-feira, julho 21, 2005

O último dia da minha vida

Este texto foi escrito a pensar no comentário feito pelo marcelo, deixado no meu último texto. Espero ter correspondido ao que esperavas...ou pelo menos: espero que gostes!!! :)

Morro.
Não estou sozinho. Tenho dois guardiões ao meu lado, os meus filhos. Sinto o olhar deles, triste mas quente, meigo, presente; no entanto sei que estou a morrer e não me sinto confortável com a situação; não me sinto embalado, ainda que não esteja em sofrimento fisico, sinto-me acarinhado mas não feliz ou contente.
Um frio percorre-me da espinha das costas até ao pescoço e pareceque me estou a desligar, primeiro os pés, depois as pernas ficamdormentes e deixo de as sentir, logo a seguir o tronco, já não consigo falar, deixo de respirar, de ver, de sentir, mas ouço. Ouço o soluço da minha filha, o choro do meu filho, mas o som é cada vez mais longinquo.
Sinto um aperto no coração...que já não bate, apetece-me chorar as lágrimas que já não tenho.
E agora esou leve, não penso no que deixei, parto...para onde? Não sei...
Continuo aqui, perto de quem me amou, de quem me ama, e de quem amo ainda,
estou no seu coração e na sua memoria. Estou aqui...
Onde?
Isso já é outra história...

8 Comments:

Blogger Morfeu said...

Complicado...ler sobre a Morte, difícil de escrever, porque quando o fazemos...sentimos. Ao ler, é estranho...vazio, o encarar de uma realidade cruel, com um sentido de ternura. Como a vejo?, como uma lágrima que sai… percorre o rosto pela ultima vez, despedindo-se de uma pele companheira da vida, e é o fim de uma historia, começam outras...e essa perdida, irá ser esquecida do Mundo pelas recordações dos nossos netos. Fim................................
Vida Cruel, até um dia… que se Morre.
Um beijo para a eternidade.

quinta jul. 21, 10:56:00 da tarde 2005  
Blogger Ricardo M. said...

Gostei mt. Achei-te mt optimista, mais uma vez, mesmo sendo o tema a morte. Eu imagino esse momento sempre de uma maneira mais negra e solitária.Aquela cena de ter que enfrentar o momento sozinho e sem estar rodeado de pessoas queridas, quiça até esquecido. Acho que há qualquer coisa que me atrai mt no papel da victima, da pessoa que morre sozinha e esquecida.
É bom ver que há pessoas que encaram td com + optimismo que eu. Parabéns, gostei mt mm. E thnx :)

sexta jul. 22, 01:21:00 da manhã 2005  
Blogger simao said...

too easy to feel like dying
that would just be... fainting
i guess, but who am i, i'm alive after all

o do nascimento estava melhor*

sexta jul. 22, 07:07:00 da tarde 2005  
Blogger Joana said...

Bolas, rapariga... O que e que eu faco da gotinha que ficou aqui presa no cantinho do olho...?

terça jul. 26, 05:42:00 da tarde 2005  
Blogger Jose Martins said...

A emoção da partida... O sentimento de uma liberdade sem destino e o anuncio da viagem sem destino...

Adorei o momento!
Beijinho! ;)

quarta jul. 27, 12:54:00 da tarde 2005  
Blogger Luís Filipe C.T.Coutinho said...

Ficas e não vais embora. Morrerás quando já ninguém lembrar o tu sorriso...

quinta jul. 28, 12:46:00 da tarde 2005  
Blogger requiescatinpacem said...

Morremos o "tanas"... desculpa mas tenho que discordar..

acho que preferi o " Isso já é outra história"

sexta jul. 29, 11:21:00 da manhã 2005  
Anonymous Anónimo said...

és livre de discordar...

"isso já é outra história" é o fim que tu (que lês) quiseres e nem tanto aqule que eu pensei!

morremos...mesmo vivos algusn de nós estão mortos, no sentido de sem reacção...sem sentir! :)

sexta jul. 29, 06:11:00 da tarde 2005  

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