Tu Mulher...
Quiseste controlar a tua vida, por um momento, decidi-la de forma radical...e conseguiste.
Dedicaste o teu tempo, o teu trabalho, a tua vontade, a tua vida aos outros. Julgaste-te imortal. Para ti a mort vinha longe, a vida tardava em se desvanecer e esqueceste-te de ti. Esqueceste a mulher que eras antes de seres mãe, esposa ou amante, companheira ou amiga, chefe ou empregada de alguém.
Cresceste a pensar que tinhas de fazer tudo; fizeste-te mulher a fazer de tudo, mas não tudo, porque não atendeste a ti, não cedeste ao teu prazer, aos momentos de contacto com o teu "eu".
Envelheceste a ver os outros crescerem, a tornarem-se homens e mulheres independentes e autonomos, algo que tu nunca foste...
Mas ias a tempo de acordar, de dares tempo a ti mesma, mas olhaste sob o teu ombro e viste que as pegadas que deixaste no caminho não eram profundas o suficiente, no fundo querias mais do que tiveste, do que fizeste, querias ter sido a heroína da tua própria vida, mas alimentaste a vida dos outros, "limitaste-te" a isso.
Só me lembro do teu corpo a baloiçar, pelo tremor do esticão, dos teus ohos revirados, das tuas mãos esticadas, hirtas, do teu pescoço marcado...do veho banco de madeira, que te dei, à tua beira, caído no chão.
Quiseste controlar a tua vida por um momento...e conseguiste?
Afinal, controlaste a vida ou a morte?
Dedicaste o teu tempo, o teu trabalho, a tua vontade, a tua vida aos outros. Julgaste-te imortal. Para ti a mort vinha longe, a vida tardava em se desvanecer e esqueceste-te de ti. Esqueceste a mulher que eras antes de seres mãe, esposa ou amante, companheira ou amiga, chefe ou empregada de alguém.
Cresceste a pensar que tinhas de fazer tudo; fizeste-te mulher a fazer de tudo, mas não tudo, porque não atendeste a ti, não cedeste ao teu prazer, aos momentos de contacto com o teu "eu".
Envelheceste a ver os outros crescerem, a tornarem-se homens e mulheres independentes e autonomos, algo que tu nunca foste...
Mas ias a tempo de acordar, de dares tempo a ti mesma, mas olhaste sob o teu ombro e viste que as pegadas que deixaste no caminho não eram profundas o suficiente, no fundo querias mais do que tiveste, do que fizeste, querias ter sido a heroína da tua própria vida, mas alimentaste a vida dos outros, "limitaste-te" a isso.
Só me lembro do teu corpo a baloiçar, pelo tremor do esticão, dos teus ohos revirados, das tuas mãos esticadas, hirtas, do teu pescoço marcado...do veho banco de madeira, que te dei, à tua beira, caído no chão.
Quiseste controlar a tua vida por um momento...e conseguiste?
Afinal, controlaste a vida ou a morte?
4 Comments:
Acho k nem se controla a vida nem a morte...
Beijos
é engraçado como nos parece estúpido não podermos controlar a nossa vida... mas também nos parece estupido podermos decidir e decidirmos da nossa morte...
estas aparentes "contradiçoes" sao estranhas...
e fica um vazio por tudo o que essa mulher podia ter sido.
bj, nandita
Há uma série de variáveis que defacto não controlamos, mas se levarmos a sério os nossos sonhos essas variáveis incontroláveis tendem ao desaparecimento...
Cada um escolhe a vida que quer ou, a que pode ter ou ainda, a que lhe permitem ter...
A morte, quem a pode escolher.
Belo texto, um sentimento profundo da Mulher e Mãe, que se vê envelhecer, dando tudo aquilo que tem aos outros...
Gostei da tua sensibilidade.
Abraço e bom fim de semana :-)
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