sábado, maio 05, 2007

Por detrás da porta azul...

No fundo da rua, depois de passares a casa que tem a porta vermelha, vais ver uma porta azul. É a minha (finalmente levo-te até ao meu canto). Tocas à campainha e se eu não te abrir a porta, levanta o vaso que está pousado junto ao tapete e verás lá uma chave. Abre a porta como se a casa fosse tua.
Se não ouvires barulho algum, senta-te no sofá da sala, há lá um telefone, por baixo dele estará uma carta.

Agora que abriste a carta:
Desculpa o caos, tentei organiza-la o melhor que pude.
Não vás ao andar de cima, deixa-te estar à espera, podes abrir o armário que está à tua esquerda e bebe o que te apetecer, bebe o que mais depressa te puser dormente, tonta, o que for… Lembra-te, não sabes o que se passa, mas estarás quase a sabe-lo… Desconfias o que seja?
Espera… deixa-me dizer-te umas coisas.
Por mais que eu te queira dizer olhos nos olhos que te amo, falta-me a coragem, há algo que me dá um nó na garganta, talvez porque nunca antes me tinha sentido amado, mas agora estou a dizer-to: amo-te.
Não tires esse sorriso da cara, mantém-te assim, és digna das mais lindas fotografias ou telas pintadas pelos melhores pintores…Adoro ver-te assim.
Vê por baixo da mesa que está ao teu lado, essa mesma, a que tem a perna partida (acho que inventei uma nova maneira de decorar casas. Se olhares para a parede atrás de ti, verás que a moldura que lá está, também está rachada), e tira de lá a caixa preta.
Já tiraste? Podes abrir…
Surpresa!!!
Consegui encontrar, é uma caixinha de música igual àquela que tinhas e que se estragou.
Não digas nada, eu sei que adoraste.
Estás contente?
Deves estar a anuir com a cabeça e a morder o lábio inferior pelo nervoso miudinho que te estou a causar…
Queres saber, porque te digo estas coisas? Porque és a pessoa que mais feliz me fez até hoje e que mesmo assim eu deixei pelo caminho. Abandonei-te nestes últimos tempos, não te respeitei como mereces e isto é também, e por isso, um pedido de desculpa.
Pensei muito antes de fazer isto, mas és a única pessoa que, eu sei, que daria pela minha falta se eu desaparecesse…não tenho, nem nunca tive mais ninguém. A minha vida cumpre-se sem a minha participação…
Não te assustes…antes de leres o resto, marca no telefone o 112 e dá-lhes a minha morada.
Por te amar tanto e não te querer fazer sofrer mais e porque não quero correr o risco de te perder para sempre e saber que a culpa é minha, faço agora a minha despedida, deixando em ti todo o meu amor.
Se lês isto agora, será porque morri.
Morri, porque me matei.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

hoje só queria dizer que gosto muito do que você escreve, me agrada pensar em um livro seu com todos esses contos. (:

segunda mai. 07, 09:42:00 da tarde 2007  
Blogger Synne Soprana said...

Arrepiei-me...................

segunda mai. 07, 10:36:00 da tarde 2007  
Anonymous Anónimo said...

Tudo é tão grande e abstracto, mas tenho o brilho das estrelas para iluminar tudo aquilo que não sou... não me isolo do mundo para morrer sufocado de emoção, procuro-me no que sou, e mesmo quando o nada era tudo, anulava o tempo, apoiava-me no que tinha e não tinha, mas nada me consegue abalar.
Hoje que me estendeste a mão, percebe onde me levam os meus passos... procurava e encontrei a segurança no teu peito, e quando dou um grito de revolta, é para que quem tenta instalar as sombras se afaste, porque juntos somos um e somos mil, mil corpos que se entregam sendo um, mil almas que se amam mil vezes, amam-se sem tempo e com o tempo na mão... hoje amamo-nos, damo-nos mil vezes, porque juntos sentimos que preenchemos todos os espaços um do outro...
As palavras não chegam para exprimir o brilho das luz que trazemos nos olhos... Juntos, o instante é eterno, o prazer arrepia, o peito comprime-se e o desejo aumenta, e quando os sexos se unem os conceitos são perfeitos, mas palavras não descrevem a textura das tuas mãos, o sabor da tua boca, o cheiro da tua pele, ou o calor do teu corpo.
O meu corpo no teu é algo indescritível, por palavras, é imagem sem definição, é imagem que nenhuma foto ou tela consegue captar. Entre nós o amor não tem fronteiras, ultrapassamos as barreiras da humilde condição humana, dos fantasmas que nos tentam apanhar, talvez espectros com cio, habituados a que lhes rasguem os desejos sifilíticos nos bordeis, abantesmas de agoiro que tentam incendiar, esquecendo-se do quanto é inútil ficarem vivos, pois como já dizia o filosofo “ O QUE NÃO NOS MATA, TORNA-NOS MAIS FORTES...”
Independente de tudo e de todos, o Eu e o Tu deu lugar a Nós, a um Nós cada vez mais forte, este é um grito de vitória, torna-nos intocáveis, mantém-nos como brasa ardente, prolonga-nos o prazer, retém-se por momentos o silencio no corpo para se abrir um sorriso, o corpo arde como fogo, o sangue pulsa nas veias, e nos olhos brilha a luz do triunfo... e se o que lêem são palavras absurdas... absurdamente apaixonadas, absurdamente sentidas, é porque existimos é o bálsamo e estarmos o paraíso...
Decoro-te com letras que são beijos, são a minha impressão digital, pois nos teus beijos já eu habito...

Roger

quarta mai. 09, 02:43:00 da tarde 2007  
Blogger Klatuu o embuçado said...

Isso anda mau...

Dark kiss.

quinta mai. 10, 12:06:00 da manhã 2007  
Blogger Klatuu o embuçado said...

P. S. Cigarrinhos prá carola... :)=

terça mai. 22, 10:20:00 da tarde 2007  
Anonymous Anónimo said...

“ o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incompatíveis.”

As palavras. O sonho. As palavras de sonho. O sonho das palavras. Do sonho só nos damos conta depois de acordarmos. Quando ele acabou. Quando se apaga o negro e se ilumina com a luz. Com a luz das palavras. Das tuas palavras que me entram pelo pensamento. Palavras de esperança. Palavras de amor. Palavras que me beijam. Palavras que me beijam como se tivessem boca. Palavras que escreves para que o medo não nos provoque a inércia. Palavras que à noite escreves , para eu ver a luz quando me perco no teu rosto. Amas as palavras. Amo as tuas palavras. Simplesmente aprendi a ama-las. Mesmo as que aparecem de repente no muro do pensamento. Palavras que aparecem de repente. Palavras por vezes coloridas. Palavras por vezes sem cor. Palavras que aparecem na poesia do desgosto e do amor.
São palavras que letra a letra vais escrevendo. São palavras que letra a letra vão existindo. Existem palavras que à noite nos levam ao mais forte do coração. Palavras que nos levam à dor e ao amor. Palavras que existem como pessoas. Palavras que existem como flores. Palavras que existem como estrelas. Palavras belas. Palavras discretas. Palavras belas e discretas. Palavras que nos levam ao sonho. A um sonho bom. A um sonho mau. A um sonho pelo qual se dormiria a vida inteira. Existem palavras que são um sonho. Existem palavras que nos dão vontade de sonhar um pouco mais. Existem palavras que nos fazem sonhar. E sonha em silencio quem ama. E sonha quem não tem essa sorte. E mesmo quando o destino nos acorda violentamente, existe sempre na mento o eco das palavras que nos revelam o sonho, e que no fim formam poemas. Poemas das noites escuras. Poemas que iluminam a vida. Poemas de palavras. Poemas de palavras que simplesmente são um amor. Palavras que alegram o caminho. Palavras que alegram os que amam. Porque os que não sabem amar, são os que amam para sempre.
Palavras que tens para mim. Palavras que ainda não me disseste. Palavras que mimam. Palavras que embalam. Palavras que ralham. Palavras que magoam. Palavras onde se sente a dor que sentes. Palavras que sorriem. Palavras que sorriem para mim. Palavras que sorriem para como tu sorris para mim. Palavras doces. Palavras que enchem de saudades. Palavras que me enchem de saudade. A ausência das tuas palavras enchem-me de saudade. Volta rápido com as tuas palavras. Deixo-te um beijo enquanto espero por essas tuas belas palavras.

Beijos...

Roger

sexta mai. 25, 11:22:00 da manhã 2007  
Blogger Anderson Hattore said...

aí... que perfeito!!!!!!!!!!
=P

terça jul. 28, 12:26:00 da tarde 2009  

Enviar um comentário

<< Home